Estava recordando de quando ia dormir na casa da minha irmã, aquele porcelanato gelado era gostoso para refrescar aquele calor absurdo de Brasília. O strogonoff divino de carne feito pela Alê era uma coisa dos sonhos, tentei fazer um dia aqui em casa, não chegou nem perto. O que é uma pena.
Eu dormia junto com a Maria Eduarda, e ve-la dormir é um passatempo saudável, aquele rosto branco com bochechas rosadas, tão doce, tão carinhosa e tão levada!
Como de praxe, durante a madrugada eu ia na cozinha comer um biscoito para voltar a dormir de barriga cheia, e lá estavam os armários abertos, e meia banana na pia. Desde que conheço minha irmã, ela insiste em fazer isso e nunca vai mudar. Ainda bem.
Ed, grande Ed. Esse sim é um cachorro humano, ele não precisava latir para que eu pudesse entender tais necessidades, e que olhar expressivo meu filhote tem.
Lembro que no dia que ia me mudar, ele simplesmente pegou meu tênis e deitou em cima dele. Quando ele percebeu que eu estava chorando, levantou-se e enconstou o focinho em minha perna, depois pediu colo.
O dia em que passamos na casa do Fernando colhendo amoras, foi eu, mamãe, Maria, Dindinha e o safado do Ed. Foram três baldes cheios. Desejei que alguém tirasse uma foto daquele momento pois daria um belo retrato. Após colhermos, lavamos as frutinhas azedas e fizemos um suco. Eu e minha sobrinha lambuzamos nossa boca de amora, e nossas mãos acabaram ficando manchadas.
Aprendi a dirigir ilegalmente com o Fernando, era todo domingo na área isolada do Lago Sul. Deixei o carro morrer inúmeras vezes, e para aprender a dar uma ré decente, foram uns três domingos. Hoje eu não tenho coragem de pegar o carro aqui em Belo Horizonte, é bem capaz que eu bate no meio fio. Mas sabe, dirigir é muito bom, só que fui mal acostumada por causa do lugar. Azar.
Sinto falta da minha mãe mandando eu lavar a louça, e muita das vezes era apenas um copo. Antes eu achava pura neura, mas agora a entendo perfeitamente. Acho que ela sempre achou que eu tivesse facilidade para dormir, porque toda noite ela abria a porta do meu quarto e me cobria, e me encarava com cara de mãe. Eu sempre achei isso uma fofura, e é uma das coisas que mais sinto falta. A gente ficava até tarde assistindo filme, seriados e manhattan conection.
Lembro que quando uma brigava com a outra, ela dizia que não ia fazer mais almoço, e ficava nessa por dois dias, até que no terceiro dia ela estava lá, de frente pro fogão. Saudade tem lá seus pontos positivos.
você tem uma família aqui também (L)
ResponderExcluirNossa, eu consegui sentir o que você sente :/
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