segunda-feira, 24 de maio de 2010

Intensonho

Começo de semana e fim de noite. Desde que comecei a sentir frio debrucei meu rosto sob a barra da janela e questionei-me perguntas insistentes. Tais que talvez continuem sem resposta durante um tempo oculto. Há mais de uma hora avisto uma prostituta do outro lado da avenida. Muitos carros passam e nada. Ela de mini saia rosa bebê eu aqui de moleton coberta de meias rosa bebê também.
Qual o problema dela? Feia não é que enxergo muito bem de longe. Posso sentir o quanto ela tem medo e vontade de sumir daquele lugar.
Quando criança, morava na Afonso Pena e tinha certo costume de contar quantas prostitutas estavam lá, desde o ponto do Palácio das Artes até a Telemig. Teve uma vez que foram 32. Eu adorava fazer isso e nem tinha uma pitada de maldade. Ainda bem, sabe por que?
A pequena maldade que conheço hoje não me é nada saudável. Me cansei totalmente de acreditar em todos e no final do enredo, mesmo sem ter razão suficiente, me saem lágrimas.
A menina foi embora, entrou no carro. Prata, EcoSport se não me engano. É, bom programa e boa sorte. Hoje morro de dó, antes era mais divertido. Como também era brincar de boneca e não ter ilusões. Eu era criança e sonhava ingenuamente, hoje sou jovem e ainda sonho.

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