terça-feira, 30 de novembro de 2010

O amor no mundo contemporâneo.

"Na sociedade contemporânea, fala-se e escreve muito sobre sexo e quase nada sobre o amor. No entanto, não há como negar que esse vazio conceitual se deva à dificuldade de expressão do amor no mundo contemporâneo. Com o desaparecimento das sociedades tradicionais, cujos costumes envolviam fortes relações entre as pessoas nos centros urbanos muito populosos criou-se o fenômeno da "multidão solitária": as pessoas estão lado a lado, mas suas relações são de contiguidade, seus contatos dificilmente se aprofundam, tornando-se mais raro o encontro verdadeiro.
(...) Ora, a busca de prazer imediato e a recusa em suportar frustrações são comportamentos que não se conciliam com o delicado trabalho de uma relação amorosa, a ser construída ao longo da convivência estremeada. Além disso, no mundo da satisfação imediata, do prazer aqui e agora, o desejo das emoções fortes substitui os amores ternos cuja intensidade passional certamente se atenua com o tempo, pois a paixão é fugaz por natureza. É bem verdade que se o amor se funda no compromisso e se as pessoas cada vez mais têm medo da dor, do sofrimento, do risco de perda, o que resulta são as relações superficiais, os "amores breves".

Melhor definição que já li sobre a realidade dos relacionamentos.
Fonte: Filosofando (Introdução à Filosofia, página 338)