segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cotidiano


Segunda feira não deveria ser dia. Chega a ser cruel.
É aquela sensação de preguiça extrema ao acordar, o lençol gelado entre os pés e o travesseiro parece exalar um cheiro sedutor de propósito. E de quebra, a cidade faz questão de esfriar, não duvido que exista um pacto entre esses dois.
Acordei bem cedo hoje, da janela de frente pude escutar os dois pássaros da vizinha cantarem.
Eu estava com aquela fome de leão, causada por um sono de doze horas. Fui até a cozinha e deixei a água para ebulir e separei três torradas com manteiga, apesar do meu desejo por uma mesa farta de doces e salgados, como casa de vó no interior. Nunca tive, só acho que deva ser assim, e depois daquele bendito café, ela senta no sofá e você também. Nisso ela coça as suas costas e conta como você era sapeca quando criança. Ai, mas é uma delícia todo esse chamego.


A água ebuliu e fui preparar meu café. Sentei na poltrona da sala e fiquei observando as pessoas da rua, com passos largos e rápidos, detidos pela pressa e necessidade de trabalhar.
É a rotina de cada um, cada história e cada realidade.

Um comentário:

  1. Você está se reencontrando! Que bom! Diria que você precisa se lapidar um pouco na sutileza e na fluência do texto, como antigamente, mas está muito bom!!!

    Só esta parte me incomodou um pouco: De fato que não.

    "Decerto que não"?

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