Era uma tarde cinzenta, como as tardes de Junho, eu ansiava por sua chegada, mas já completara dezesete anos e meio mal vividos.
Minha confiança não permitia a desistência, seria como um corte em meus olhos, e isso não seria legal.
Meu medo agressivo pertencia aos dias que insisti no meu eterno silêncio, bobagem minha.
Creio que o silêncio justificava o meu controle de não discutir por futuras tolices. Minha santa paciência precisava de muitas hóstias para alcançar tal glória, e nem com enormes tostões para o dízimo seria capaz, eu estava realmente cansada, cansada de aguardar.
Eu havia perdido a chance, há tempos.
Eu apreciava a liberdade, mas precisava de algo que pudesse pertencer a mim, onde eu pudesse descarregar nítidos sorrisos a algum lugar.
E é disso que eu preciso, e eu sabia como encontrar.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
sigo sem saber
Quando a paixão me consumia desde aquele inverno decente, eu podia enxergar as cores em pura nitidez.
Clareava cada sombra do meu tímido ser amargo, aquecia devaneios.
Em minhas mãos eu sentia alguma esperança, na outra, uma pitada de receio. Os ventos gelados me deixavam mais segura, com vontade de viver, eu conseguia respirar com alívio, saber que eu podia viver do meu jeito era simplesmente a melhor sensação da minha vida.
As manhãs que eu faltava aula e deitava nos bancos da Praça da Liberdade foram exatamente para que eu pudesse lembrar o quanto era vital, e eu não esqueço.
E foi pelo tempo que algo se foi, deixando vestígios, que não te interessa.
Esse fim de ano me remete a tal sinceridade de velhas tardes ao céu anil. Onde meu mundo, que não só meu, veio ao acaso.
Deixei ali, doces dias que me fizeram renascer, saber que eu ainda sim poderia existir.
Algo que jamais poderei agradecer de forma correta, algo que jamais poderei me perdoar por ter sido tão rude.
Imatura.
Desejei nunca ter passado por isso, por olhos mortos não era nada, por meus sei que ainda é muito.
Quisera eu poder escrever o quanto tudo isso me machuca, o quanto meu choro rebate em minha garganta suplicando liberdade, o quanto minhas lágrimas atingem meus olhos de forma impulsiva.
E foi ontem, que derramei todas as minhas lágrimas, que desta vez, foram doces.
Clareava cada sombra do meu tímido ser amargo, aquecia devaneios.
Em minhas mãos eu sentia alguma esperança, na outra, uma pitada de receio. Os ventos gelados me deixavam mais segura, com vontade de viver, eu conseguia respirar com alívio, saber que eu podia viver do meu jeito era simplesmente a melhor sensação da minha vida.
As manhãs que eu faltava aula e deitava nos bancos da Praça da Liberdade foram exatamente para que eu pudesse lembrar o quanto era vital, e eu não esqueço.
E foi pelo tempo que algo se foi, deixando vestígios, que não te interessa.
Esse fim de ano me remete a tal sinceridade de velhas tardes ao céu anil. Onde meu mundo, que não só meu, veio ao acaso.
Deixei ali, doces dias que me fizeram renascer, saber que eu ainda sim poderia existir.
Algo que jamais poderei agradecer de forma correta, algo que jamais poderei me perdoar por ter sido tão rude.
Imatura.
Desejei nunca ter passado por isso, por olhos mortos não era nada, por meus sei que ainda é muito.
Quisera eu poder escrever o quanto tudo isso me machuca, o quanto meu choro rebate em minha garganta suplicando liberdade, o quanto minhas lágrimas atingem meus olhos de forma impulsiva.
E foi ontem, que derramei todas as minhas lágrimas, que desta vez, foram doces.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
saudades e verdades
E o ano está por fim, quase.
Me mudei e deixei muito pra trás, lembranças e amizades. E deixei mesmo, deixei de falar com a maioria e concentrei em mim mesma. Foi um caminho cego, eu não queria me lembrar das coisas que me dão saudades, não consigo mastigar o percurso de tantos momentos.
Fui estúpida e me sinto uma completa retardada. Sinto falta de pessoas que nem devem lembrar de mim, de pessoas que não sentem o mesmo. Eu sofro pela saudade, é aniquilante, é uma tortura para mim, eu diria que meu pior defeito depois do ciúme é sentir saudade, é por ela que transbordam em meus olhos as lágrimas mais pesadas e salgadas, e como dói.
Não encontrei novos amigos aqui em Brasília, como já era de se esperar, a maioria aqui tem os pés lá na mesosfera.
Tenho uma certa culpa de não ser nada social e não me adaptar aos outros, mas isso é algo que a gente não pode mudar, faz parte da personalidade, há quem goste e há quem não goste, uai.
Sabe meninas, eu sinto falta do dia em que fomos para a Praça da Liberdade, devia ser uma sexta, como sempre, e sentamos no Xodó, tomamos sorvete com batata e sei lá, aquilo foi tão bom, que não esqueço.
Não fui amiga de vocês esse ano, e foi por falta de escolha. Eu prefiro arquivar as lembranças do que sentir a saudade e não poder fazer nada. Mas cheguei a conclusão que é algo inevitável, pois cá estou eu sentindo saudades e sofrendo por isso. Perdi muito de vocês, e parece que todos distanciaram de todos, tanto é que ninguém sai com mais ninguém. O que está acontecendo? Aliás, o que aconteceu? Parece que a culpa não é só minha também, não é questão de culpa sabe, é questão de que não é certo deixar passar batido assim, as coisas mudam, isso é verdade, mas nesse caso deveria ter mudado para melhor. Eu ainda tenho esperança em certas mudanças, por favor né!
É por aqui que peço desculpas.
Bom, vim pra cá e foi complicado de acostumar, não era nada do que eu queria, mas também não podia lutar contra, realmente não adiantaria. Entrei em uma escola onde todos eram diferentes e nenhum conseguiria entender meu mundo, mas muitos ali eram legais e de bom coração.
Eu esperava ter continuidade de amizade com um amigo meu daqui, havia estudado com ele há uns dois anos, mas depois que ele começou a namorar, nem tive tempo de conversar com ele direito. Encontrei com ele duas vezes por pura coincidência, que valeram pelo ano inteiro, de tanta surpresa que tivemos. Mas ainda me sinto sozinha aqui, fazer o que?
Comecei a trabalhar, eram apenas 4h por dia, mas a pressão e as pessoas falando mal uma das outras é completamente desgastante, completando com o calor de 32º que eu tinha de aguentar quando resolviam não ligar o ar.
Conheci alguns caras que desejaria não ter conhecido, mas pude concretizar muitas teses a partir do comportamento de tais. Aprendi a valorizar o dinheiro, o que me deixou mais mão-de-vaca do que antes. "Ganhei" um cachorro, que divido com a minha sobrinha, ele é simplesmente apaixonante. Ganhei também como bônus, seis quilos um pouco mal distribuídos, o que não reclamo pois gosto muito deles.
Parei de roer unha, mas por causa do trabalho, elas começaram a ficar horríveis e fracas. Entrei no Ballet, e fiquei uns três, quatro meses, mas como acabava muito tarde, eu tinha medo de pegar ônibus, pois era escuro e só tinha homem na parada. Portanto, era arriscado.
Algumas amizades minhas cresceram em um piscar de olhos que é difícil de acreditar, o que me ajudou a crescer e pensar de diferentes formas, de uma maneira mais madura. Fora construído uma base de afeto, intimidade e um intenso companheirismo, e agradeço muito por isso ter acontecido este ano, foi o momento certo.
Descobri que beber só é bom para poder falar o que você quer e não consegue, que conseguir fazer com que aquela coisa forte desça pela goela já é um esforço daqueles, como também é, tentar ter controle de si quando suas pernas já estão sem força. Não gostei, mas dá pra curtir.
Parei de pintar/desenhar, e não sei o real motivo, talvez tenha sido apenas um momento, eu gostava dos meus desenhos, espero que um dia eu consiga ter a criatividade de volta.
Um beijo :*
Me mudei e deixei muito pra trás, lembranças e amizades. E deixei mesmo, deixei de falar com a maioria e concentrei em mim mesma. Foi um caminho cego, eu não queria me lembrar das coisas que me dão saudades, não consigo mastigar o percurso de tantos momentos.
Fui estúpida e me sinto uma completa retardada. Sinto falta de pessoas que nem devem lembrar de mim, de pessoas que não sentem o mesmo. Eu sofro pela saudade, é aniquilante, é uma tortura para mim, eu diria que meu pior defeito depois do ciúme é sentir saudade, é por ela que transbordam em meus olhos as lágrimas mais pesadas e salgadas, e como dói.
Não encontrei novos amigos aqui em Brasília, como já era de se esperar, a maioria aqui tem os pés lá na mesosfera.
Tenho uma certa culpa de não ser nada social e não me adaptar aos outros, mas isso é algo que a gente não pode mudar, faz parte da personalidade, há quem goste e há quem não goste, uai.
Sabe meninas, eu sinto falta do dia em que fomos para a Praça da Liberdade, devia ser uma sexta, como sempre, e sentamos no Xodó, tomamos sorvete com batata e sei lá, aquilo foi tão bom, que não esqueço.
Não fui amiga de vocês esse ano, e foi por falta de escolha. Eu prefiro arquivar as lembranças do que sentir a saudade e não poder fazer nada. Mas cheguei a conclusão que é algo inevitável, pois cá estou eu sentindo saudades e sofrendo por isso. Perdi muito de vocês, e parece que todos distanciaram de todos, tanto é que ninguém sai com mais ninguém. O que está acontecendo? Aliás, o que aconteceu? Parece que a culpa não é só minha também, não é questão de culpa sabe, é questão de que não é certo deixar passar batido assim, as coisas mudam, isso é verdade, mas nesse caso deveria ter mudado para melhor. Eu ainda tenho esperança em certas mudanças, por favor né!
É por aqui que peço desculpas.
Bom, vim pra cá e foi complicado de acostumar, não era nada do que eu queria, mas também não podia lutar contra, realmente não adiantaria. Entrei em uma escola onde todos eram diferentes e nenhum conseguiria entender meu mundo, mas muitos ali eram legais e de bom coração.
Eu esperava ter continuidade de amizade com um amigo meu daqui, havia estudado com ele há uns dois anos, mas depois que ele começou a namorar, nem tive tempo de conversar com ele direito. Encontrei com ele duas vezes por pura coincidência, que valeram pelo ano inteiro, de tanta surpresa que tivemos. Mas ainda me sinto sozinha aqui, fazer o que?
Comecei a trabalhar, eram apenas 4h por dia, mas a pressão e as pessoas falando mal uma das outras é completamente desgastante, completando com o calor de 32º que eu tinha de aguentar quando resolviam não ligar o ar.
Conheci alguns caras que desejaria não ter conhecido, mas pude concretizar muitas teses a partir do comportamento de tais. Aprendi a valorizar o dinheiro, o que me deixou mais mão-de-vaca do que antes. "Ganhei" um cachorro, que divido com a minha sobrinha, ele é simplesmente apaixonante. Ganhei também como bônus, seis quilos um pouco mal distribuídos, o que não reclamo pois gosto muito deles.
Parei de roer unha, mas por causa do trabalho, elas começaram a ficar horríveis e fracas. Entrei no Ballet, e fiquei uns três, quatro meses, mas como acabava muito tarde, eu tinha medo de pegar ônibus, pois era escuro e só tinha homem na parada. Portanto, era arriscado.
Algumas amizades minhas cresceram em um piscar de olhos que é difícil de acreditar, o que me ajudou a crescer e pensar de diferentes formas, de uma maneira mais madura. Fora construído uma base de afeto, intimidade e um intenso companheirismo, e agradeço muito por isso ter acontecido este ano, foi o momento certo.
Descobri que beber só é bom para poder falar o que você quer e não consegue, que conseguir fazer com que aquela coisa forte desça pela goela já é um esforço daqueles, como também é, tentar ter controle de si quando suas pernas já estão sem força. Não gostei, mas dá pra curtir.
Parei de pintar/desenhar, e não sei o real motivo, talvez tenha sido apenas um momento, eu gostava dos meus desenhos, espero que um dia eu consiga ter a criatividade de volta.
Um beijo :*
Assinar:
Postagens (Atom)