terça-feira, 15 de dezembro de 2009

sigo sem saber

Quando a paixão me consumia desde aquele inverno decente, eu podia enxergar as cores em pura nitidez.
Clareava cada sombra do meu tímido ser amargo, aquecia devaneios.
Em minhas mãos eu sentia alguma esperança, na outra, uma pitada de receio. Os ventos gelados me deixavam mais segura, com vontade de viver, eu conseguia respirar com alívio, saber que eu podia viver do meu jeito era simplesmente a melhor sensação da minha vida.
As manhãs que eu faltava aula e deitava nos bancos da Praça da Liberdade foram exatamente para que eu pudesse lembrar o quanto era vital, e eu não esqueço.
E foi pelo tempo que algo se foi, deixando vestígios, que não te interessa.
Esse fim de ano me remete a tal sinceridade de velhas tardes ao céu anil. Onde meu mundo, que não só meu, veio ao acaso.
Deixei ali, doces dias que me fizeram renascer, saber que eu ainda sim poderia existir.
Algo que jamais poderei agradecer de forma correta, algo que jamais poderei me perdoar por ter sido tão rude.
Imatura.
Desejei nunca ter passado por isso, por olhos mortos não era nada, por meus sei que ainda é muito.
Quisera eu poder escrever o quanto tudo isso me machuca, o quanto meu choro rebate em minha garganta suplicando liberdade, o quanto minhas lágrimas atingem meus olhos de forma impulsiva.
E foi ontem, que derramei todas as minhas lágrimas, que desta vez, foram doces.

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