sábado, 3 de agosto de 2013

Saudade

Saudade é que nem gato. 
Ela dorme e silencia a dor. Quando a Saudade é boa passa o dia ronronando. 

Saudade deixa rastro. 
O gato come e a saudade consome. E como! E quanto mais come, maior ela fica, pior ela fica. Abre-se ferida.
Saudade brinca. Brinca de correr atrás, se enfiar onde não deve e derrubar tudo no chão. A Saudade adora olhar para o além e ali fica. Saudade adora fazer alarde, ainda mais quando é tarde. Antes de dormir a Saudade brinca, porque sem ela não dá pra dormir. Ela mia aquele miado agudo bem forte quando a saudade bate. E aí ela arranha e machuca sem piedade...

2 comentários:

  1. A saudade é um troço estranho mesmo, as vezes ela é boa, mas quando quer machucar, ela machuca de verdade. Ao meu ver, contudo, a saudade é mais positiva do negativa. Só sentimos saudades daquilo que algum dia já foi bom. A saudade nos lembra que já fomos felizes e que aquele sentimento bom um dia pode voltar novamente,quem sabe.

    Vou ser pouco intrometido, agora, assim, perdoei-me antecipadamente pela intromissão. Li alguns textos do seu blog e achei o seu estilo um tanto quanto parecido com o da Cecília Meireles. Se isso literariamente falando é algo bem positivo, em termos de vida é bastante complicado, acho que ela era a pessoal mais triste que eu conheci (Talvez seja por morar em Brasília. Já estou triste de ter que morar ai, imagina quem já mora...). De todo modo, como disse Fagner, parafraseando a própria Cecília Meireles:

    "E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza
    E deixemos de coisa, cuidemos da vida
    Pois se não chega a morte
    Ou coisa parecida
    E nos arrasta moço
    Sem ter visto a vida"

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  2. Oi, Paulo, espero que você não passe pelo que venho passando aqui em Brasília. Poucos me entendem... De onde você vem?

    Obrigada pela comparação... hahaha e admito, em termos de vida eu e ela não temos muita diferença mesmo não.

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