terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bom dia, flor do dia!

De acordo com as minhas expectativas, estava tudo dando certo, mais do que deveria. Era eu, aos meus incompletos vinte e três anos, no sexto semestre de Medicina. Era algo que eu planejara para a minha vida, terminar meu curso com vinte e cinco anos, daí eu poderia me mudar para Búzios e ir morar com o meu namorado, ou até mesmo o contrário. Namoramos desde meus dezoito anos, já faz um bom tempo que estamos juntos, entre brigas e lágrimas, nenhuma distância conseguiu nos atrapalhar. Creio eu que isso seja bastante raro nos tempos de hoje, muita gente não consegue manter a necessidade de suprir tais vontades, não que eu não tenha também, mas isso varia de pessoa pra pessoa. Eu e Victor nos encontramos duas vezes por mês, eu pego o carro e vou lá passar o fim de semana, depois de duas semanas ele faz o mesmo. Isso é realmente algo que facilita, não só o veículo, como também a liberdade.
Queria ter filhos, mas sei que como médica, isso só será possível daqui alguns sete anos, e espero ainda estar junta dele, porque não vejo outra pessoa mais qualificada para ser pai do que ele.
Moro com o Chico, meu gato, você precisa conhecê-lo, é daqueles bem gordos e folgados, que só sabem comer e defecar, tem uma pelagem branca e os olhos amarelados, um doce que só você vendo.
Mia quando quer carinho, e ronrona quando necessita dormir, e só dorme se for junto, senão vai miar a noite inteira.
Minha família toda mora em Ouro Preto, uma cidade bem perto de Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde só existem subidas e descidas, se quer exercitar as coxas, lá é o lugar ideal. Tem uma comida mineira deliciosa e um clima gélido adorável, além da arquitetura rústica e do comércio, aparantemente pacato, porém, bastante caro.
Morro de saudade deles, principalmente da minha avó de noventa e três anos, que provavelmente ainda continua pintando quadros maravilhosos e fazendo cachecóis de lã lindos! Ela e minha mãe têm uma loja na cidade, onde são vendidos os chachecóis, alguns quadros da vovó e roupas que minha mãe compra em Belo Horizonte e revende. Meu pai dá aula na UFOP, a Universidade de Ouro Preto, ele dá aula de Clínica Cirúrgica e outras matérias que ele certamente vai me tirar algumas dúvidas.
Eu gostaria de ter estudado na minha cidade natal, junto à minha família, mas não passei no vestibular. Estudei como uma louca e passei na UERJ e amo o meu curso, amo.
Victor mora pertinho, mas mesmo assim a saudade é grande, ele já é formado e trabalha em um escritório de advocacia desde o começo do ano.
Se ele continuar trabalhando no escritório até eu me formar, pode ser que ele venha morar comigo e até lá ele consegue passar em algum concurso público aqui no Rio. Seria demais, o Chico ia adorar, né Chiquito?

(Eu não sei aonde esse conto vai acabar, mas essa é a primeira parte, espero que eu consiga escrever a segunda. Beijos.)

Um comentário:

  1. Que lindo! Realmente é raro um amor persistir assim a distância, mas não acho impossivel. Acho que o verdadeiro amor rompe barreiras. Adorei!

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