Não duvido que eu tenha feito a maior burrada da minha juventude, e ela se baseia na vontade prematura de querer crescer, querer lidar com problemas que não convém se responsabilizar.
Sair de casa e ir morar sozinha, abrir mão de mimos para poder comprar tal coisa no supermercado, para poder comprar roupa nova sem que me falte dinheiro. É o sonho de muita gente conquistar certa liberdade, mas o errado é que acham que com um salário de setecentos reais é o suficiente para sobreviver, o dinheiro anda escasso e as despezas andam com fome. A realidade é outra, e as necessidades também. O mundo é capitalista e sempre será, se você discorda disso, muda pra Lua e usufrua da gravidade.
Durante as minhas férias pude perceber com tanta transparência o quanto fazer as coisas por emoção dão errado, não só por isso, mas tomar uma atitude antecipada, sem um pingo de maturidade. O estrago que ela pode causar, e você se pega em um canto questionando o que pode fazer para que tudo se reverta. Eu quero ir embora, mas me sinto na total covardia em abdicar do que eu mais queria. Mas eu quero a minha família, quero ficar perto da minha mãe, um dia ela morre e eu estou aqui, não acho isso digno. Minha sobrinha está crescendo, aprendendo a falar inglês, já está fazendo multiplicações, minha irmã ingressando no Doutorado e vai casar agora no final do ano. O que que eu estou fazendo aqui? Eu pisei na bola, mas pisei com força, a ponto de me machucar. Eu poderia muito bem estar estudando em Brasília, pagando o que gasto mensalmente aqui, mas o problema era comigo, e eu consegui superar isso, sozinha. Mas que eu quero e vou voltar, eu vou. Demorei bastante tempo para decidir qual curso eu quero cursar, passei por Psicologia, Direito, Jornalismo, Letras, Ciências Sociais e até mesmo Farmácia (o que mais me assusta, pois a minha dificuldade em química chega a ser absurda). Foram muitas dúvidas, até eu me decidir, quero Pedagogia.
"O salário é pouco, professor ganha mal e ninguém dá valor, se você quer isso, prepare-se." É o que dizem, e isso me aborrece bastante. Se eu quero isso é porque eu tenho ciência que o farei com prazer, sendo assim, o dinheiro vem de acordo. Outro dia um Pedagogo disse que se eu fosse pobre, eu passaria necessidade como Pedagoga, ai eu pensei: "Uau, que exemplo de pessoa, um próprio pedagogo difamando a própria profissão." Ele disse que ganha mal, deve ser por isso, não? Sim.
O que importa é que eu serei uma ótima Pedagoga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário