Esperar que meus minutos passassem, e que minha angústia solitária saciasse, extrairiam doces lágrimas do outono passado, desde quando não pude te impedir de ir embora.
Não sei do tempo que lhe resta, nem do que me contesta.
De certa forma fui injusta e egoísta, pois não me cabia a quantidade de teus sentimentos, tão reais.
Vovó Lila havia me ensinado a não crer em palavras primárias, e sim em atitudes do amanhã, tola sem experiências, me permeti acreditar, e acreditaria em tuas bobas mentiras se me dissesse que sempre foram verdades.
Se soubesses o quanto pedi que estivesse contigo até o tempo nos separar, minhas lágrimas seriam de lembranças, mas não foi por querer.
Preparar o chá de camomila ainda faz parte de minha rotina, plantar as tulipas e gardênias me remetem aos dias na praia, o tempo nublado, tão gélido, e você ali, rindo dos meus dedos roxos de frio, me aquecendo com teu forte abraço. O balango da cadeira antiga da tua vó me acolhe, porque sei que tem um pedaço de ti bem ali. O gato vai bem, com greve de fome, creio eu de saudades.
E eu? Acho que aguento, boa viagem.